Reflexão sobre as Escolhas para uma São Paulo mais humana julho 2014

Por que a PMSP deve vender a rua Oswaldo Imperatrice no Itaim Bibi

 

Com a abertura da Faria Lima o caráter bucólico do Itaim Bibi da região passou por muitas mudanças, e cedeu lugar para o endereço da modernidade e da sofisticação de São Paulo. Em 1990, com a desapropriação para abrir a nova moderna avenida, metade das casas da antiga vila da Oswaldo Imperatrice deixaram de existir e, com a compra pela FLPP de todos outros terrenos do quarteirão, a área remanescente da rua, com 589,41m², perdeu sua função viária, perdeu sua função social.  A antiga viela, não levava a lugar nenhum, nem atendia a nenhum propósito de interesse público.  

Quando a FLPP adquiriu as 37 propriedades que formavam seu terreno de 13,400 metros, com 120 metros de frente para Av. Faria lima, os arquitetos propuseram um imponente prédio com uma ampla frente para avenida. Mas naquele momento percebemos que a implantação do prédio voltando sua frente para Rua Leopoldo Couto de Magalhães, na perpendicular com a Faria Lima, abriria a excitante possibilidade de criação de um relevante espaço público em uma das regiões, mas nobres de São Paulo mas das mais  pobres de espaços públicos.

Essa Implantação deslocada exigia a absorção do terreno da antiga viela com seus 590 metros mas permitia a criação de um espaço público de mais de oito mil metros.  Sem a aquisição da Rua Oswaldo Imperatrice, isso seria totalmente impossível, pois a implantação possível sem a rua, de frente para Faria Lima, cortava ao meio o espaço que seria destinado a praça. Note-se que do ângulo imobiliário pouco muda incluir o terreno da rua no projeto: 1.) Não existem mais metros de estoque na região, portanto seriam somente mais 590 metros de área em um coeficiente ja aprovado de mais de 50 mil metros, ou seja, uma área adicional de 1% por cento de área; 2.) Poderíamos construir praticamente o mesmo projeto, com as mesmas características e o mesmo endereço, auferindo exatamente os mesmo aluguéis. O único perdedor seria nossa cidade, que perderia um espaço de integração urbana.

Outro aspecto a ressaltar é de que se A PMSP permanecesse como proprietária de terreno sem função social (em nada ajudando a mobilidade) estaria desperdiçando recursos públicos que, se liberados pela venda daquela ativo, permitiriam a PMSP comprar outros terrenos, em áreas menos valorizadas e mais carentes, permitiriam investir na construção de mais creches, mais escolas, mais postos de saúde, entre tantos equipamentos públicos necessários para nossa carente população.

Essa explicação se faz necessária pois, em certo momento, por falta de informações da própria FLPP, houve um posicionamento adverso à proposta de venda da rua. Reconhecendo essa falha, a FLPP saiu em campo, numa grande campanha para divulgar a comunidade suas propostas O projeto foi apresentado para a vizinhança através de diversas reuniões, sendo uma delas uma apresentação pública realizada da Sub-prefeitura de Pinheiros no dia 13/09/2013. O processo de aquisição tramitou por um longo período em diversas Secretarias da PMSP e da Sub-prefeitura de Pinheiros, e somente após  todas análises foi submetido ao debate, votação e aprovação na Câmara Municipal de São Paulo, no dia 2 de julho de 2014.

Com a possibilidade de utilização do terreno de 590 metros, a FLPP pretende fazer uma real contribuição ao urbanismo de São Paulo, criando um exemplo de integração entre um imóvel privado com a trama urbana da cidade a sua volta. Nossa praça não será um “jardim emoldurando um prédio de escritórios”, mas uma praça totalmente sem muros aberta a todos, baseada nos preceitos do Placemaking, muito discutido atualmente, pretende ser um exemplo, indicando um novo caminho de integração urbana.  Coroando a praça com um equipamento público, criamos um teatro de nível internacional que certamente adicionará muito atratividade e vivacidade urbana da Avenida Faria lima. 

Este projeto se propõe a ser um espaço integrador da comunidade abrindo seu uso não apenas aos inquilinos e usuários do prédio mas incluindo toda comunidade e resgatando a interação urbana, tão prejudicada atualmente em nossa São Paulo .   

 Essa experiência e discussão sobre urbanismo, interação espaço privado e espaço público e envolvimento da sociedade tem sido muito frutífera e enriquecedora e esperamos que ela continue em muitos outros fóruns e projetos na cidade. Sobre esse assunto, sugerimos alguns Links

 

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/07/camara-de-sp-aprova-lei-que-autoriza-prefeitura-vender-rua-no-itaim-bibi.html

 

http://www.youtube.com/watch?v=0EMb-CTgm_8

 

http://www.estadao.com.br/noticias/geral,se-essa-rua-fosse-minha,1164959

 

http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,camara-da-aval-a-haddad-para-vender-rua-sem-saida-no-itaim-bibi,1522572

 

 

Sugerimos também acessar o site do B32 – www.b32.com.br